Abertura:
The Noose – The Offspring
1.6
– Humano, Artificial
Irma permanecia forçadamente
inerte, olhando para o confronto que estava prestes a começar na sua
frente. Vera, sob ordens de Dimitri, estava mantendo vigia na garota,
mas já havia percebido que ela não iria sair do lugar. Resolveu
avisá-la por via das dúvidas.
– Não
se mexa. Por sua segurança. – Disse a Legionária. – Não seria
legal entrar na linha de fogo dos dois. E eu estou muito curiosa pra
saber se Cal Rasen é a pessoa perigosa que dizem que ele é.
Irma não reagiu, mas tinha
entendido perfeitamente o aviso. Estava exausta, física e
mentalmente. Estava apavorada demais para fazer qualquer movimento
brusco de qualquer jeito. Não tinha escolha senão assistir o
confronto prestes a começar.
– Não
é ótimo? – A expressão furiosa de Dimitri mudou para uma maníaca
e ele abriu os braços como quem esperava um abraço – Vai poder
lembrar meu nome quando chegar no Valhalla.
– Desculpa,
eu não tou no plano de morrer hoje. – Respondeu Cal, ao passo em
que Dimitri finalmente começava a vir em sua direção à toda
velocidade. Cal esquivou do primeiro ataque dele e preparou um
Impacto de Tyr, do qual Dimitri não teve dificuldades de se
esquivar. Cal então tentou aplicar uma rasteira contra o ruivo,
apenas para acertar o ar enquanto este saltava e lançava sua pesada
espada na direção do Cavaleiro. Cal, porém, conseguiu reagir a
tempo, impulsionando-se para longe de Dimitri enquanto a força de
seu ataque explodia a terra ao raio de meio metro dele.
Cal olhava para seu oponente,
surpreso. Não esperava que ele realmente fosse tão forte sem sequer
se transformar em “meio-MVP”. Seus pensamentos se voltaram para
esse fato.
“Ele
fez isso só com metade de sua própria força. Dá medo de imaginar
o que ele faz com o poder todo”, pensou Cal enquanto via Dimitri
voltar para a postura ereta e novamente apontar sua espada para o
Cavaleiro. “E lá vamos nós”, sua mente proferiu de novo antes
de resumir o combate.
Não longe dali, ocorria o
confronto dos Irmãos Atros. Os dois avançaram imediatamente um
contra o outro, desferindo golpes velozes de suas Zanbatôs. A
velocidade dos golpes fazia os dois parecerem quase borrões, e era
um atestado da grande força dos dois. Não demorou até que os dois
chocassem suas espadas e as forçassem uma contra a outra, permitindo
que os irmãos se encarassem.
– Então,
como o Rasen te convenceu? – Indagou Valna – Mulheres, amigos
ricos, piscinas de dinheiro?
– Engraçado
pensar que a vida é uma micareta dessa forma, Valna. – Respondeu
Palace. – Isso ou você abdicou do senso comum no momento em que
entrou na Legião!
Os dois destravaram de suas
posições, e Valna respondeu ao comentário do irmão saltando para
cima dele e preparando seu ataque, a lâmina da Zanbatô envolta em
uma estranha fumaça preta. – GARRA DE GALLION!
A técnica secreta que Valna
usou era reconhecida por Palace como uma Break Art. A técnica usava
energia espiritual do usuário para gerar todo tipo de efeito e
habilidades sob uma arma e causar dano devastador.
Palace se jogou para o lado
enquanto o golpe de seu irmão acertava o chão, levantando poeira e
deixando uma grosseira marca na terra. Resolveu usar sua própria
Break Art, gerando uma esfera de energia na ponta de sua Zanbatô,
que era girada acima da cabeça cheia de dreadlocks de Palace antes
de ser apontada para o irmão como um canhão disparando seu
projétil. – SEPARAR!
Valna se desviou para o lado e
viu a esfera de energia passar a centímetros de seu rosto, e então
bater em um dos pilares que enfeitava o portão da fronteira,
derrubando-o como um tronco de uma árvore.
– Chegamos
mesmo a isso, então. – Valna já não tinha mais o olhar de
escárnio do começo da luta. Agora esse olhar era de desprezo.
Palace certamente considerava o sentimento mútuo, já sabendo que
seu irmão não iria recuar.
– Se
a sua definição de justiça é ferir e matar pessoas, é, nós
realmente chegamos a isso. – Respondeu Palace – Infelizmente, a
minha definição de justiça é frear caras como você. Mesmo se
você for meu irmão e eu tiver que matar você!
A paciência de Valna tinha
oficialmente acabado. Resolveu finalmente começar a se transformar
em Atroce. Palace não perdeu tempo em fazer o mesmo. E assim, os
dois começaram a crescer pelugem pelo corpo todo, suas cabeças
achatando e começando a ganhar um formato canino, seus corpos
ganhando massa e músculos conforme o tamanho dos dois praticamente
dobrava.
Aventureiros próximos que
tinham parado de atacar Ventos da Colina para assistir ao combate dos
dois imediatamente começaram a perceber porquê aqueles pássaros
começaram a fugir e se tocaram de que era hora de fazer o mesmo.
Corriam assustados por suas vidas, enquanto os Irmãos Atros, que nem
mesmo sabiam que tinham atraído uma plateia, se encaravam, suas
transformações completadas.
– Atroce
contra Atroce. O que me diz, Palace? – Desafiou Valna, apontando a
espada para o irmão e vendo o sentimento sendo reciprocado pela
mesma ação. E assim o combate voltava a ocorrer, agora com força
total.
Cal, enquanto isso, não
estava conseguindo se ajustar ao nível de força de Dimitri. Ele via
seu oponente se esquivar facilmente de seus ataques, como se
estivesse brincando com o Cavaleiro.
Dimitri
lançou um Impacto de Tyr com ataques giratórios, os quais Cal
conseguiu se esquivar. Este tentou se aproveitar da inércia gerada e
tentou prosseguir com um chute giratório na cabeça de Dimitri,
apenas para ter sua perna direita agarrada e ser girado por duas
voltas completas antes de ser arremessado para longe. Cal conseguiu
usar seus braços para manobrar seu corpo e impedir uma colisão
violenta, usando seus braços como freios para o movimento. No
entanto, Cal via Dimitri avançando de novo, pronto para um Golpe
Fulminante. Enquanto Cal conseguiu rolar para o lado para evitar um
acerto direto, o impacto do ataque, com a mesma onda de choque
presenciada no começo da luta, tratou de fazer Cal ser arremessado
na mesma direção para qual tinha esquivado e se viu forçado a
novamente aparar sua queda.
Vera conseguia perceber a
tensão e a forma como Cal estava em grande desvantagem contra o
sub-líder da Legião. Não conseguia entender como Cal tinha coragem
de enfrentar alguém tão mais forte do que ele.
Dimitri ficou parado dessa
vez, vendo Cal se levantar com alguma dificuldade, ofegando pelo
ritmo frenético ao qual estava sendo forçado. Sentiu-se então na
vontade de conversar com sua presa.
– Não
entendo a sua motivação, Rasen. Está totalmente em desvantagem,
mesmo com o poder que tem, mas quer continuar insistindo, tudo por
uma criatura criada em laboratório por um grupo de cientistas. –
Zombou Dimitri.
Cal começou a perceber um
paralelo entre seus propósitos e os de Dimitri. Horas atrás, o
plano dele era simplesmente matar Irma e chamar aquilo de dia. Agora,
vendo o discurso de Dimitri… – ...Engraçado. Consigo ver em você
o tipo de merda que passava pela minha cabeça horas atrás. Toda a
bagaça com o Leafar deve ter mesmo ferrado com a minha cabeça como
a Thelastris diz.
– E
ainda assim, se dispõe a arriscar sua vida por uma menininha sem
memórias ou sequer uma definição de vida antes de nós
aparecermos. – Continuou Dimitri, ignorando o discurso de Cal a si
mesmo. – Ela não possui valor, Rasen! Ela sequer é um ser vivo!
Não há a menor diferença entre a razão da existência dela e as
nossas motivações!
O discurso de Dimitri foi
então recebido com uma risada de escárnio de Cal. – ...O que te
faz ter essa linha retardada de pensamento?
Dimitri
foi pego de surpresa pelas palavras de Cal, que prosseguiu. – Você
realmente espera que ela aceite o que você impor a ela só porque
ela foi feita num laboratório? Sinto muito, eu acho que você meio
que se recusa a entender como “livre arbítrio” funciona. Por
acaso aplicou esse mesmo discurso no meu clone quando recrutou ele?
Ou na senhorita Vera quando transformou ela na sua escrava?
A expressão de Dimitri mudou
ao ouvir aquilo. Estava tratando as palavras de Cal como uma piada de
péssimo gosto.
– Sua
visão das pessoas me parece ser a de brinquedos que se usam uma vez
e então são jogados fora. Não é assim que funciona. O nome dela é
Irma, pra começo de conversa, palhaço. – Dimitri ficou furioso ao
ser insultado pelo Cavaleiro dessa forma, lançando um olhar mortal
sobre Cal – E o que eu vi dela é o suficiente pra dizer que ela é
tão humana quanto eu sou.
Irma ouvia o discurso do
Cavaleiro e finalmente se levantou da posição que estava, com Vera
tentando freá-la de novo. – Não se mexa, não viu que isso ficou
perigoso demais?
– Mais
do que vocês todos já tornaram? Ele é a ÚNICA pessoa que se
dispôs a me tirar do perigo!!! – Finalmente reagiu, com lágrimas
nos olhos. Vera ficou muda e chocada com a resposta. Era como se a
resposta de Irma finalmente tivesse mostrado a ela o quão omissa ela
se tornou em relação a tudo.
Cal continuava encarando
Dimitri e o desafiando verbalmente. – Não vou sair de Portus Luna
sem a garota, e certamente não vou ser barrado por um pedaço de
bosta que não possui bússola moral nenhuma!
Dimitri
finalmente havia deixado de lado a postura de caçador e agora estava
prestes a jogar como o exterminador que era. – Você.
Vai. SANGRAR!!!
– É
o que todo maluco que tenta me enfrentar diz antes de acabar
sangrando. – Respondeu Cal, enquanto Dimitri finalmente pulava em
sua direção. A Claymore de Cal começava a liberar carga elétrica,
sinal de seu próprio poder. No entanto, ele já sabia o que estava
vindo em sua direção e resolveu pular para trás. Dessa vez, Cal
conseguiu evitar a onda de choque, muito maior do que a mostrada ao
longo da luta. Dimitri havia acabado de deixar uma cratera de três
metros de diâmetro no chão… com um soco.
Ao pousar no chão, Cal
percebeu o quão encrencado estava. – Ah. Então é disso que você
é feito.
Dimitri
se levantava do golpe que havia acabado de executar, o olhar maníaco
dirigido a Cal. – Você
tem determinação, mas isso ainda não vai te salvar de ter cada
osso de seu esqueleto quebrado.
“Vamos
lá, Cal, tem que ter um jeito de virar a porra da mesa”, pensava
enquanto via Dimitri começar a caminhar lentamente em sua direção,
certamente sem freio nenhum a essa altura do campeonato.
Dimitri agora apontava o braço
direito para Cal e preparava uma esfera de energia negra que serviria
de projétil contra o Cavaleiro, que ainda tinha uma resposta
sarcástica ante o novo problema. – Ih, virou Dragon Ball Z agora.
Fodeu.
Dimitri,
porém, teve seus planos interrompidos quando uma forte descarga
elétrica o acertou por trás, pegando tanto ele quando Cal de
surpresa. Dimitri se virou furioso para o novo oponente, já sabendo
quem era. – Vai
pagar caro por isso, Abelha Rainha.
Vera havia acabado de
interferir na briga entre Cal e Dimitri, e certamente era a favor de
Cal. A resposta sarcástica dela apenas enfurecia Dimitri ainda mais.
– Pois é, eu certamente vou me arrepender de largar o emprego de
secretária de um bando de frouxos que quer acabar com a humanidade.
Veja só como eu estou sofrendo por isso.
– E
quem falou que você vai sentir qualquer coisa?
– Dimitri ainda tinha a carga de energia escura em sua mão, e
imediatamente a disparou contra Vera… O que acontecia de também
ser a direção geral onde Irma estava. A informação chegou rápido
o bastante em Cal.
Vera esperava ser obliterada
pelo ataque, mas ficou chocada quando viu que, ao invés de acertar
seu alvo pretendido e o que quer que estivesse atrás, a esfera de
energia foi cortada por uma Claymore que prontamente estilhaçou,
restando apenas uma lâmina feita de eletricidade em seu lugar. Seu
usuário parecia furioso o bastante e encarava Dimitri com um olhar
maníaco, enquanto ela via o projétil explodir como uma bomba, vinte
metros à sua direita.
Irma
e Vera estavam olhando para Cal Rasen, que havia, em uma fração de
segundo, se jogado na direção do projétil e repelido o ataque
quase como se não fosse grande coisa. Dimitri, por sua vez, não
sabia se ficava surpreso ou ainda mais enfurecido. Ou com medo, agora
que a fúria nos olhos de Cal estava preenchendo o ambiente todo.
Assim como sua mana verde, saindo de seu corpo como flocos de luz e
eletricidade.
– Eu
certamente vou fazer você sentir mais dor do que jamais sentiu na
sua vida.
– Respondeu Cal à frase de Dimitri proferida a Vera.
– Acha
mesmo que esse show de luzes e eletricidade pode me deter, moleque? –
Dimitri continuava desafiando verbalmente seu oponente, mesmo ciente
do que já estava acontecendo.
– E
quem falou que isso é parte do Kit Thor?
– Respondeu Cal – Qualquer
pessoa com conhecimento suficiente pode acender a própria mana e
aumentar a própria força com isso. Um truque bem clichê que acaba
por ser bem efetivo em casos como o seu.
O momento de Cal era visível
o bastante para fazer com que os Irmãos Atros, brigando ainda à
vista, parassem por um momento, prestando atenção na luz verde que
preenchia o local.
Irma sentia o calor vindo
daquela luz, a energia saindo dele era praticamente confortável a
ela e opressora a Dimitri. Ela tentou pegar um dos flocos de energia
com a mão quando se aproximou dela. – É tão… Lindo…
– …Foi
com isso que ele causou a vitória na Batalha de Sograt… – Reagiu
Vera, completamente em choque. Ela sabia do resultado final da
batalha que deixou Morroc em uma situação muito ruim, forçando-o a
fugir de Midgard. – Essa energia. Foi a mesma que ele acendeu nas
cinco mil pessoas que sobreviveram à Batalha de Sograt!
– Já
passou da hora de igualar essa luta, Dimitri. A partir desse momento,
você vai ver 100% da minha capacidade. E quem sobreviver a isso vai
ter que dar à Edith a triste notícia de que você agora não passa
de uma pedrinha na minha estante quando eu acabar.
– Avisou Cal antes de apontar a espada de eletricidade contra
Dimitri.
– Ora…
SEU…!!! – Dimitri não conseguia mais conter sua própria fúria
e avançou a toda velocidade contra Cal, que já esperava pelo
ataque, olhos fixos no que agora era sua
presa.
– Isso
mesmo, idiota. Vem cá receber um pouco de HUMANIDADE!
– Essa
é a conclusão lógica da manifestação de mana. Ele realmente
dominou isso. – Palace dizia a si mesmo enquanto ele e seu irmão
olhavam abismados para o combate entre Cal e Dimitri.
– Essa
energia… Toda essa energia… – Valna não conseguia entender o
que estava acontecendo ali. Cal certamente não tinha toda essa força
quando o Legionário o enfrentou na Fábrica de Robôs. Ele se virou
para Palace, que ainda lembrava que estava em confronto com o próprio
irmão. – …Você ensinou isso a ele, não foi?
– Não
tive tempo, e além disso, acho que ele já
sabia fazer isso há meses.
– Respondeu Palace. – Falando em “fazer isso”, acho que já
chegou a hora de dar fim nessa sua palhaçada.
Os Atros tinham conhecimento
de como liberar mana de seus corpos passados de geração em geração,
e Valna e Palace eram aparentemente os últimos herdeiros desse
conhecimento. No entanto, Palace sabia que sua família não era a
única com tal capacidade. E sabia que era por causa disso que
Dimitri tinha chamado os dois para a Legião não muito depois do
massacre de sua família. O que levou Palace a se perguntar se
Dimitri não tinha sido o responsável por tal massacre.
Não que isso importasse
agora. Nesse momento, Valna exalou uma mana negra, podre, reflexo de
sua alma corrompida. Palace respondeu, exalando uma mana laranja,
viva de seu corpo, ao instante em que seu irmão avançou, Palace
respondeu com outra Break Art, um movimento com o qual pretendia
encerrar a luta:
– SINAL
SAGRADO!
Um círculo mágico com runas
sagradas apareceu no chão, tendo como centro o local onde Palace
plantou sua Zanbatô, e Valna se viu sendo prontamente jogado para o
alto pela descarga de luz ascendente que o acertava. Por alguns
instantes, a luz branca saindo daquela onda de energia sagrada
ofuscou totalmente o que aconteceu no lugar, até ceder e então
revelar Valna caindo ao chão com força total, quicando e sentindo
todo o impacto da queda, já somado ao dano do ataque de seu irmão.
Valna não tinha mais forças
para continuar transformado e reverteu à sua forma humana, assim
como Palace, que estava exausto do combate. Este reagiu calmamente ao
evento antes de voltar seus olhos ao confronto entre Cal e Dimitri. –
Bem melhor agora. Com você no chão.
O
avanço de Dimitri foi freado quando seu soco acertou apenas o ar,
apenas para ser recebido com um soco na boca do estômago, cortesia
de Cal. – Você
ainda não entendeu o aviso, não foi?
O punho de Cal imediatamente
abriu e revelou em seu palmo uma esfera de eletricidade, a qual ele
disparou à queimarroupa contra o estômago de Dimitri, fazendo-a
atravessar seu corpo violentamente. Mesmo que isso não tivesse
aberto um buraco no torso do Legionário, ele agora sentia toda a dor
que Cal disse que o faria sentir. E era bastante evidente no choque
em seu olhar.
– Bem-vindo
ao Admirável Mundo Novo, campeão.
– Dizia Cal, enquanto Dimitri se dobrava de dor ante o ataque que
acabou de sofrer – Quer
tentar de novo?
Essa frase fez com que toda a
razão sumisse do cérebro de Dimitri, agora oficialmente obcecado em
acabar com Cal. No instante em que Dimitri urrou com toda a sua força
e tentou jogar um violentíssimo cruzado de direita no Cavaleiro,
este respondeu com um gancho de esquerda em seu queixo. Dimitri
apenas sentiu seu corpo dobrar para trás com a força do golpe, mas
ele se recompôs e tentou avançar de novo em Cal, apenas para ser
recebido com um chute, mais uma vez no estômago.
Dimitri
deu alguns passos para trás enquanto Cal permanecia no lugar,
olhando seu oponente. – Não
é mais tão homem agora, não é?
Dimitri tentava entender o que
estava acontecendo. Dois minutos atrás, ele tinha o combate inteiro
na palma da mão. Agora, Cal estava completamente dominando ele. Se
isso se prolongasse mais, acabaria muito mal para ele.
– Des…
Desgraçado… – Dimitri, ofegante, encarava seu oponente. – Você
pode ter vencido essa luta… Mas não pense que eu não vou me
adaptar a isso!
Antes que Cal pudesse preparar
o próximo ataque, Dimitri esmagou uma Asa de Borboleta em sua mão.
– E quando eu voltar, eu juro, Rasen, eu vou esmagar você.
Dimitri teve tempo de proferir
essas palavras antes de sumir completamente do local diante de Cal. A
mana do Cavaleiro, então acesa, finalmente apagou, revelando uma
pessoa exausta pelo árduo combate. Havia acabado. Dimitri voltou
para o Quartel-Geral da Legião sem Irma, sem Vera, ou sequer sem
levar a cabeça de Cal como prêmio de consolação.
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Pronto, o clímax do Livro 1. Quase no fim do começo da Jornada do Cal, estamos começando a colocar o setting pros eventos dos Livros seguintes.
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