domingo, 23 de setembro de 2018

Jornada de Cal Rasen - Capítulo 8: A Conta-Gotas


Alberta, 17 de Abril de 1009, 23:08.

Não havia uma alma viva no cais de Alberta naquela noite. Ou pelo menos não deveria haver.

O silêncio da noite era quebrado pelas colisões de lâminas, sons similares a rajadas de vento, e duas pessoas discutindo. Um deles era um Mercenário louro de olhos azuis, cabelos espetados e empunhando um par de katares. O mesmo tipo de arma era usado por seu oponente, também Mercenário, possuía cabelos compridos, também louros, e olhos castanhos, mas mantinha um sorriso arrogante, maníaco em seu rosto.

Os dois pararam de colidir seus ataques com um instante, deixando o de cabelo espetado iniciar uma conversa mais civilizada. – Então. Eu já tinha ouvido falar de você. Soube que está tentando sujar o nome dos Rasen. Poderes interessantes os seus, mas honestamente, você já encheu o saco.

O Mercenário de cabelos espetados, trajando uma série de cintos e pequenas placas de metal por cima da malha roxa, mantinha o discurso sem tirar seus olhos do oponente, trajando um sobretudo de tom negro, encobrindo a malha da mesma cor e as várias correntes passando por peitoral. Este ser estranho parecia estar se divertindo com o que estava ocorrendo nas docas de Alberta.

Ele deu uma risada de escárnio ao Mercenário. – Talvez eu possa resolver esse seu tom sério. Assim que a Corrupção passar por seu corpo, e pelo de todos os humanos, você vai entender como as coisas realmente funcionam.

Você definitivamente é um cara surtado. – Respondeu o Mercenário, que então notou que seu oponente sacou uma Asa de Borboleta. – O que foi? Cansou de se divertir? “Saída do vilão pela esquerda”?

Eu não tenho tempo a perder com você. – Respondeu o homem. – Minha pesquisa é muito mais importante.

E assim este homem misterioso esmagou a Asa de Borboleta e sumiu rapidamente da vista do Mercenário, que nem se dignou a tentar impedir ele, sabendo que não chegaria a tempo. Limitou-se a seus próprios pensamentos, os quais poderiam ser ditos em voz alta devido à solidão em que se encontrava nas docas escuras. – Você definitivamente parece com alguém da família do Cal.

Da mesma família, certamente. Parentes próximos, não acho.

O Mercenário notou a voz vindo do telhado de uma guarita. O homem de compridos cabelos azuis e olhos combinando a dita cortina aparentava não ser nem um ano mais velho do que o Mercenário. O homem prosseguiu com seu discurso. – O que achou de seu oponente, Johanne?

Primeiro, acho que já pode me chamar simplesmente de Johan. – Respondeu o Mercenário. – Segundo, acho que você poderia me falar o que sabe sobre esse cara, já que diz saber mais sobre ele do que eu. Ou o “grande” Eremes Guile teria problemas em me passar essa informação?

O nome não era de qualquer um. Eremes Guile era um dos seis heróis lendários da Guerra Civil de Schwarzvald. Eremes possuía a reputação de ter completamente renovado toda a estrutura da Ordem dos Assassinos, desde a Guilda dos Gatunos até as guildas dos Mercenários e Algozes, praticamente reinventando todos os seus ensinamentos. Assim como os outros membros do grupo conhecido como os Seis Grandes, ele despareceu em 1003 em uma missão, logo depois que a guerra acabou, e isso eventualmente resultou em um homem chamado Kidd sendo forçado a assumir o posto que era dele e ficando nesse posto até hoje.

Eremes então misteriosamente ressurgiu em 1008, sem explicações aparentes, para a Ordem dos Assassinos, que naquele momento estava aceitando o mercenário Johanne Garamus entre seus novos recrutas. Em Março de 1009, depois da Batalha de Sograt, Johan havia entrado em uma cruzada para eliminar seus antigos empregadores, os Escorpiões Vermelhos, e isso coincidiu com uma missão que Eremes estava conduzindo. Os dois eventualmente se ajudaram para encontrar e eliminar seu líder, um homem conhecido como Hank Scorpio. Com o desenrolar dos eventos, era notável que Johan e Eremes acabassem forjando a fogo uma espécie de amizade.

Ele tem usado a identidade de um membro escondido da Ordem, atendendo por Merjon Rasen. – Respondeu Eremes. – Nós sabemos que Merjon atua hoje em dia no país ao norte do continente e pediu que nem sequer deixássemos o irmão dele sabendo do paradeiro.

– …Irmão? – Johan ficou curioso.

– …Cal Rasen. Vocês dois já devem se conhecer. – Respondeu Eremes, para a surpresa de Johan. – O que eu não entendo é porque ele iria querer usar a identidade de outra pessoa de sua linhagem. Mesmo os Belmonts se diluíram bastante nos últimos 478 anos.

Johan absorvia calmamente a nova informação. Ele já estava acostumado a aprender o que ocorria por trás das cenas, tendo ele mesmo descoberto informações que ele não se dava ao trabalho de passar a Cal ou qualquer outro membro da Ordem do Trovão. No entanto, ele sabia que não podia perder tempo pensando, e arremessou uma nova questão a Eremes. – Tem uma pequena coisa que tem me incomodado, sobre você. Não era pra estar morto?

Eu não acho que eu possa morrer a essa altura do campeonato. – Respondeu Eremes. – Mas sim, eu estava morto. Mas parece que alguém estava interessado em trazer a mim e aos outros cinco de volta. E até mais algumas pessoas, pelo visto.

E então, nos últimos dez meses, esses caras desaparecem completamente do mapa enquanto você reaparece para a Ordem dos Assassinos. – Retrucou Johan. – Porquê eu não consigo parar de achar isso bizarro?

Cada um tem seu propósito. O meu é retomar meu trabalho. – Respondeu Eremes.

E os espectros em Regenschrim? – Perguntou Johan, notando que a “ressurreição” dos Seis Grandes não havia removido os espectros presentes no Laboratório de Somatologia. – Se vocês estão vivos, porque eles ainda estão lá!?

Difícil descrever. A melhor explicação que eu teria é a quantidade de gente que virou cobaia lá, virou algum tipo de espírito vingativo e acabou assumindo a forma da coisa mais forte que existia por lá: nós.

A resposta de Eremes não confortava Johan. O homem prosseguiu. – Além disso, o homem que nos reviveu não tem intenções muito felizes. Por agora, sumir do radar é uma ótima ideia. Pelo menos até entendermos totalmente nossa situação. A verdade é que ele queria que trabalhássemos para ele. Como você viu, nem todo mundo aceitou a oferta.

Johan ao menos agora tinha certeza de que o Seyren Windsor que viu quando resgatou aquele que seria o Omni Ferus era o homem em pessoa, e não outro espírito louco. Johan poderia deduzir dali que Seyren e os outros abriram caminho de dentro para fora de Regenschrim usando apenas força bruta, o que motivaria a Corporação Rekenber a aumentar a segurança e contratar agentes independentes, o que meses depois dificultaria para a Ordem do Trovão na hora de resgatar o verdadeiro Cal Rasen. Johan levou sua mente por um instante a Detto Brayde, um dos membros do clã que havia justamente enfrentado Cal naquele evento, e então voltou para Seyren.

Eremes. Você sabe os paradeiros dos outros cinco? Seyren Windsor, por exemplo. – Johan se sentiu motivado a fazer essa pergunta. No dia anterior um surto de mana detectado por Gustave parecia fortemente ligado a Seyren, que Johan então começou a investigar. Eremes sabia exatamente do que Johan estava falando. Eremes suspirou em um tom de desaprovação que parecia perfeitamente dedicado ao lendário cavaleiro.

Aquele idiota realmente vai fazer isso. – Respondeu para si mesmo.

Defina “isso”. – Indagou Johan.

O líder da Chama Prateada tem um prêmio na cabeça dele. – Eremes se referia a Kerd Draloth, a quem Johan conhecia bem. – Seyren e Draloth se conhecem da época da Guerra Civil. Em partes, pode-se dizer que Seyren ensinou o básico a ele. Se eu lembro bem, Seyren acredita que Draloth tem envolvimento com a temporada dele em Regenschrim. Acho que ele está indo atrás de Draloth neste momento.

Que maravilha. – Reagiu Johan, que olhou para o lado por um instante, e então tentou voltar sua visão para Eremes, apenas para perceber que ele rapidamente havia saltado para um guindaste próximo nas docas. – Sua tentativa de impressão de Batman tá ruim. Tá deixando eu te ver antes de sumir.

Eu tenho uma proposta a você, Garamus. – Disse Eremes. – Você segue as migalhas de pão que eu deixar, e eu vou avaliar se você é capaz de acompanhar meu ritmo. O que me diz? Um Sicário treinando um Mercenário.

Sicário. Era a definição que Eremes dava à sua atual classe, pois ele já não mais era um Algoz. As habilidades de Eremes na verdade estavam muito além das de um Algoz, e Johan já havia percebido isso.

Com a proposta dada, Eremes apenas saltou do guindaste para os telhados próximos, sumindo na escuridão. Johan estava novamente sozinho nas docas desertas de Alberta. Se encontrava assimilando a coleção de informações que conseguiu, mas não conseguia deixar de prestar atenção nas peças relacionadas a Seyren Windsor.

Foi quando o Mercenário finalmente percebeu que Seyren talvez soubesse quem poderia levar ele até Kerd Draloth. “Mas que droga.”, ele pensou.

O cara vai procurar pelo Cal.”

Com esse pensamento em mente, Johan agora se dirigia ao norte, primeiro em direção à base da Ordem do Trovão em Izlude, e então procurar por Cal.

A única informação que Johan tinha sobre Cal no momento é que ele havia se embrenhado na tarefa de cuidar de uma menina que havia resgatado na virada do último mês. Johan só poderia esperar rastrear e encontrar Cal antes de Seyren, sabendo que as coisas não iriam acabar bem se o lendário cavaleiro chegasse primeiro a ele.





Livro 2 – A Vingança de Seyren Windsor



Capítulo 2.1 – A Conta-Gotas 


Abertura: Departure – R.E.M.




Manhã de 19 de Abril de 1009, Prontera.

Em meio à multidão de mercadores em Prontera, passava Cal Rasen. Logo atrás dele, uma menina de cabelos castanhos e o que parecia ser um uniforme de escola cinza e rosa tentava acompanhar ele.

Irma estava acompanhando Cal há mais de dez dias agora, mas mal conseguia manter contato ou mesmo acompanhar o ritmo do Cavaleiro. Não ajudava o fato de que Cal parecia, na maior parte do tempo, quase ignorante ao bem-estar da menina.

Cal, espera! Eu não tou conseguindo te acompanhar! – Cal mal prestou atenção na menina tentando se espremer entre a multidão para encontrar o Cavaleiro, mas diminuiu um pouco seu ritmo para que ela pudesse ao menos alcançá-lo.

Para a garota, Cal era a única pessoa em quem ela podia confiar no momento. Para Cal, era quase um estorvo. Ele mesmo ainda se recusava a entender a equação que eventualmente o levou a desistir de matar a menina no Instituto e passar a cuidar dela. Na opinião dele, Irma estaria muito melhor se ela estivesse com Palace Atros, que parecia muito mais adequado para cuidar de outra pessoa do que alguém que lutava para se virar sozinho.

O que também o levava a questionar se ele era de fato a pessoa mais indicada a liderar um clã. Cal estava sumido da Ordem do Trovão há mais de um mês, tendo sido forçado a deixar o clã com uma pessoa de quem ele não gostava. Eventualmente Thelastris acabou voltando e reassumindo a posição como co-líder… ao menos enquanto Cal resolvia seus problemas. Mas Cal não havia voltado para Izlude como o combinado. Estava evadindo a Corporação Rekenber com uma garota praticamente nas suas costas.

Depois de um tempo andando, os dois agora se encontravam na Praça Central de Prontera, onde a concentração de pessoas era menor do que a área sul da cidade. Irma já conseguia acompanhar melhor o Cavaleiro, que finalmente havia parado diante de uma tenda com poções. Com um Mercenário de cabelos louros espetados parado em frente. Cal se aproximou e parou ao lado dele.

Você desapareceu. – Disse o Mercenário. – Felizmente, você ainda é rastreável.

Thelastris mandou você atrás de mim, Johan? – Indagou Cal, presumindo que ele estivesse ali sob ordens dela, mandado para trazer Cal de volta pra casa. – Eu fiquei sabendo do Detto.

O incidente que levou o desgraçado a enfrentar a Thelastris foi ele expulsando o Mystelhain. – Respondeu Johan. – Não havia motivo para tal. Ela não concordou com isso e o ego dele inflou de vez. Fico feliz que ela tenha tentado decapitar aquele pedaço de merda.

Cal apenas deu uma expressão que parecia concordar com o que Johan dizia. O Mercenário de olhos azuis continuou. – Brayde e a Ordem do Trovão no entanto é o menor dos seus problemas.

Antes de continuar, Johan se virou e notou a garota com o uniforme de Kiel Hyre com cores alteradas, olhando para ele sem saber se era seguro se aproximar ou não. – Eu creio que ela seja a causa de você ter sumido.

É. – Cal respondeu sem demonstrar qualquer inflexão emocional. – Ela mesma. Ela se chama Irma Aloisius e tem medo de sair do meu lado agora que eu salvei ela de ser transformada em um Eva ou coisa assim.

Uh… Prazer… Senhor Johan? – Irma não sabia como se comportar diante da situação. Johan certamente levantou uma sobrancelha ao ouvir a educação com a qual ela tinha se referido a ele.

Antes de qualquer coisa, 23 anos não é idade pra eu ser chamado de “senhor”. – Respondeu Johan. – Outra coisa, você realmente deixa o Cal pisar em você dessa forma?

Como assim? – Questionou Cal, percebendo a questão de Johan.

Se seu trabalho é cuidar dela, está indo tão bem quanto seu trabalho como líder da Ordem do Trovão, o que quer dizer que você está indo bem mal. Eu creio que mesmo na condição dela, ela ainda seja uma pessoa com sentimentos, não?

Ela é só a carga de dinamite que Noah e Palace jogaram na minha direção. E eu só estou preso com essa carga enquanto eu não encontrar um lugar seguro pra ela e deixar claro pra Rekenber que eles mexeram com o cara errado. – Respondeu Cal, lançando um olhar irritado a Johan.

Irma baixou a cabeça diante da discussão dos dois. Era óbvio que Cal não queria estar cuidando dela. Ou mesmo estar perto dela. Johan facilmente percebia isso. Cal continuou, lembrando Johan do porquê ele tinha vindo até o Cavaleiro. – Você veio atrás de mim por um motivo. Se não foi pela Thelastris, foi pelo quê então?

Johan bufou ao reparar que Cal iria permanecer ignorante quanto a Irma, mas ainda tinha um trabalho a fazer: o de avisar Cal. Ele logo voltou sua vista para o mercador e começou a dar seu resumo dos eventos.

Semana passada, ao mesmo tempo que a bagunça do Detto, Gustave localizou uma assinatura de mana incomum em Juno. Inicialmente presumimos que era o Omni Ferus, mas depois de algumas análises percebemos que a assinatura de mana do Ferus é muito diferente. Verifiquei alguns boatos pela Internet e em Juno, e o que estão dizendo é que um Cavaleiro de cabelo branco esteve na cidade e matou um Lorde treinado com um único ataque.

Legião? – Indagou Cal.

Se fosse a Legião, teriam sido bem menos sutis, e violentos. Também não teriam partido para cima de um único tenente do Exército de Schwarzvald. – Continuou Johan. – A descrição física do homem de cabelo branco bate com algo mais forte que um Legionário.

Os olhos de Cal voltaram curiosos para Johan no momento em que ele lançou a frase seguinte. – O homem descrito é Seyren Windsor.

Espera, o quê? – Embora Cal soubesse que Johan havia avistado Seyren quando tirou Ferus de Regenschrim, e mesmo somado com a informação que recebeu dez dias antes de que Johan havia descoberto que Eremes Guile estava vivo, Cal estava tendo problemas para absorver a nova informação.

De fato, informações indicam que todos os Seis Grandes estão vivos. Eremes parece ter a resposta do que está acontecendo, mas ele não vai dar essa resposta tão facilmente. Além disso, já sabemos o que Seyren tem feito e o que ele vai fazer.

Cal parecia estar entendendo as palavras de Johan, mas ainda demorava a processar o que estava ouvindo. Sua mente havia entrado em estupor a partir do ponto em que Johan havia dito que todos os Seis Grandes estavam vivos. Cal não sabia o que isso queria dizer. E muito menos no que isso poderia implicar não apenas para ele, mas para todo o mundo ao seu redor. Johan continuou seu resumo para Cal.

Já deve saber que Seyren tem um histórico com Kerd Draloth, não? – Comentou Johan.

Espera, o que o Kerd tem a ver com o que o Seyren quer? – Respondeu Cal, depois de um curto silêncio onde sua mente voltava ao lugar.

Seyren quer vingança, e pelo visto já sabe que você teve contato com o Kerd.

Ah. Droga. – A reação de Cal era a prova de que ele entendeu o que Seyren Windsor, o mais poderoso cavaleiro de sua era, poderia querer com Cal Rasen, um então zé-ninguém que mal conseguiu o título de Barão de Rune-Midgard ao se envolver com os eventos do Dämmerung no ano anterior. Seyren queria usar Cal para chegar ao Kerd.

Irma ouvia quietamente os dois conversando, até que seu corpo a direcionou para o sul da cidade, de onde várias pessoas pareciam estar vindo com algum tipo de pressa. - ...Cal?

Cal e Johan notaram a cena e perceberam que a pressa era na verdade medo.

Não esperava que isso fosse começar tão rápido. – Disse Johan. – E a menina parece capaz de sentir mana também.

Cal havia reparado que ela sequer estava olhando para a multidão correndo, mas sim diretamente para o local de onde aquela multidão vinha. Naquele momento, a assinatura de mana assustadora finalmente chegou a seu corpo, dando a ele a certeza de que Seyren Windsor estava no recinto.

Eu ganhei na loteria do show de horrores, não foi? – Questionou o Cavaleiro a Johan.

Pois é. Acontece. – Disse ele enquanto os dois se posicionavam na frente de uma paralisada Irma, esperando seu oponente chegar.




Minutos antes.

O homem de cabelos brancos e armadura sofisticada jogava seus olhos castanhos sobre as armas que um mercador estava vendendo. Um Espadachim desatento esbarrou contra ele, apenas para que aquele homem desse um olhar de canto a ele, dizendo para tomar cuidado onde anda. O Espadachim se desculpou e saiu andando… até que voltou, segundos depois, e prestou atenção no rosto daquele homem. A expressão distraída daquele jovem instantaneamente foi trocada por uma de horror.

S-s-s-s-s-s-s-s-s-s-s-s-s-s-s-s-s-s-s… – O jovem gaguejava fortemente enquanto o homem já parecia saber o que estava por vir e praguejava um “Droga” mentalmente.

Me faça um favor e não diga meu nome. – Respondeu calmamente o homem.

– …SEYREN WINDSOR!! AQUI!! FUDEU!!!!

O mercador que estava em frente ao homem, assim como todas as pessoas próximas que conseguiram ouvir o jovem gritar o mais alto possível, com a voz falhando quase ao ponto de virar um tom agudo, e então começar a correr por sua vida, haviam notado o homem imponente ali, parado e visivelmente de mau humor. E então imediatamente o reconheceram como algo que normalmente estaria esperando por lutadores muito mais experientes no Laboratório de Somatologia. Não levou muito tempo até que uma situação de pânico se formasse, com as pessoas imediatamente correndo na direção oposta, seja para o norte da cidade, ou para o Portão Sul, onde eles preferiam enfrentar as criaturas soltadas pelo Galho Seco de algum idiota que queria passar o tempo matando coisas a lidar com um dos MVPs mais fortes de que se tinha conhecimento atualmente.

Seyren, porém, permanecia parado, e com um humor visivelmente deteriorado. – Grande palhaço. Conseguiu assustar a cidade toda. Agora vão chamar toda a Guarda do Reino na minha direção.

Seyren olhou um pouco mais ao seu redor até que finalmente notou na distância um trio que não estava correndo. Após uma análise mental, Seyren percebeu que estava diante da pessoa que estava procurando no meio daquele trio e passou a caminhar em sua direção. – Cal Rasen.

Cal, assim como Irma atrás dele, pareciam em choque diante do que estavam vendo. Irma pela mana que sentia; Cal, definitivamente, por ser justamente a pessoa que ele um dia idolatrou, e que agora parecia bastante disposta a arrancar seu couro agora que ele sabia que tinha a chave para chegar a Kerd. E Cal sequer sabia porquê Seyren queria a cabeça de Kerd.

Seyren Windsor possuía uma reputação digna de uma lenda, assim como os outros membros do grupo conhecido como os Seis Grandes: Eremes Guile, Margaretha Sorin, Howard Alt-Eisen, Kathryne Keyron e Cecil Damon. Estes seis juntaram forças na Guerra Civil de Schwarzvald em 1003 DG, pela formação da República, e foram cruciais para o estabelecimento da República de Schwarzvald e o fim da monarquia no país. Igualmente, cada um separado era um extremo prodígio em seu campo, criando revoluções próprias em suas classes. Sabia-se que todos eles desapareceram imediatamente após o fim da Guerra Civil, e que a Corporação Rekenber tinha forte envolvimento com os eventos.

No entanto, cinco anos depois, quando Johan invadiu o Laboratório de Regenschrim para resgatar um capturado Cal, Johan e ele encontraram com um homem que definitivamente era Seyren Windsor, e estava ajudando os dois a sair do laboratório. Cal agora tinha a certeza de que era o homem em pessoa, caminhando na direção dele, e de Johan e Irma.

Seyren, em troca, via Cal como quase uma celebridade, devido à sua participação e desempenho na Batalha de Sograt e seu papel em dirigir cinco mil pessoas contra o Demônio de Morroc, forçando-o a fugir e abrir o estranho buraco no que sobrou do Deserto de Sograt. Mesmo ainda sendo um mero Cavaleiro, Cal Rasen definitivamente não era um mero humano, e Seyren estava bastante curioso em saber o que tornava Cal tão diferente dos outros, e igualmente, dele.

Seyren parou a cinco metros do trio, sem sacar arma nenhuma. Iniciou calmamente uma conversa. – Você deve ser Cal Rasen. O principal responsável pela vitória de Midgard na Batalha de Sograt.

Puta que pariu. – Era a única reação que Cal conseguia dar diante da situação em que se encontrava. Não apenas estava de cara com um potencialmente invencível oponente, mas este também reconhecia seus feitos recentes. – Você é mesmo de carne e osso.

Você conhece uma pessoa de meu interesse. – Seyren foi direto ao assunto. – Ele tem uma dívida de sangue a pagar comigo.

Seu interesse seria Kerd Draloth. – Respondeu Johan, assumindo o assunto. Enquanto isso, Irma mantinha um olhar de apreensão voltado ao homem de cabelos brancos. – Que interesse um Lorde do seu calibre tem na cabeça dele?

Cavaleiro Rúnico. – Respondeu Seyren. – É essa a classe a qual eu pertenço agora. E é definitivamente superior a qualquer coisa que um Lorde possa arremessar na minha direção. Mesmo Leafar Belmont teria problemas para lidar comigo. Ah, é. Belmont morreu no mês retrasado.

Que divertido. Você está totalmente atualizado do mundo. – Disse Johan.

Porquê Draloth é tão importante pra você, Seyren? – Questionou Cal, reassumindo o assunto.

Retribuir a temporada que eu ganhei em Lighthalzen por causa de suas ações. – Cal ficou confuso diante do que Seyren estava dizendo. – Eu quero a localização atual dele. E eu agradeceria muito se você a desse.

Cal não tinha uma resposta exata para isso. No momento, ele sequer sabia por onde Kerd andava. Não o via desde os eventos do ano anterior, onde ele o ajudou a se livrar da influência da espada Talefing.

E para piorar a situação, Cal estava bastante ciente de que Seyren poderia devorar os três ali com um único golpe se assim quisesse. Seyren, no entanto, sabia quando escolher suas lutas. – Darei 24 horas a você para localizar e entregar Draloth a mim. Veremos o que você faz e quais decisões você toma a partir disso.

O que acontece se não gostar das minhas decisões? – Cal mantinha o olhar sério lançado sobre Seyren, que parecia bastante confiante do que estava dizendo.

Não me interessa o que você faz ou não. Se resolver me desafiar pela vida do seu “amiguinho”, sem nem mesmo saber o que aconteceu, vai descobrir o que me tornou uma lenda na Cavalaria. – Seyren então deu as costas ao grupo, sabendo que não demoraria muito até que membros da Ordem do Dragão finalmente aparecessem no recinto para lidar com ele. – Amanhã, na Praça das Mãos em Prontera.

Seyren deu meia volta e saiu andando. O trio, ainda parado diante do evento, ponderava sobre os eventos.

Pretende deixar ele chegar no Kerd? – Perguntou Johan.

Eu queria primeiro entender por quê ele é tão fixado no Kerd. – Para Cal, já era bem visível que o homem que ele idolatrava como um menininho de doze anos não estava mais lá. Ele conseguia notar um tipo ruim de determinação naqueles olhos castanhos, incendiários. – Eu acho que preciso encontrar o Kerd. Espero que ele esteja em Izlude.

Vou tentar encontrar o Eremes e ver o que consigo das migalhas de pão que ele deixa. – Respondeu Johan, com um plano de contingência pronto.

Isso não me cheira bem. – Na verdade, parte nenhuma da história soava certa para Cal. Como era possível que os Seis Grandes estivessem vivos? Ressurreição era mesmo possível, quando ele mesmo já havia desistido de tentar trazer seus pais de volta, tal qual um dia foi sua meta original? O mesmo Cal idealista de outrora agora se via gradualmente transformado em uma pessoa cética.

Se Eremes Guile me quisesse morto, já o teria feito há duas semanas. – Johan manteve o tom sereno, passando a caminhar na direção de onde Seyren veio. – Sugiro que encontre Kerd em Izlude e faça a ele algumas perguntas sobre o Seyren. Eu cuido da comoção aqui antes de seguir a brincadeira do Eremes.

Cal não tinha outra ideia que não concordasse com o plano de Johan. – Irma, vamos.

Oh, desculpa! – O chamado de Cal finalmente trouxe a então inerte Irma à atenção. – Então… Até mais, Senhor Johan.

Johan grunhiu internamente enquanto a menina corria para junto de Cal novamente, para o incômodo do Cavaleiro. Não gostava de referências formais. Se limitou a ver o Cavaleiro sair com a menina para Izlude enquanto se preparava para interceptar os membros da Ordem do Dragão que vinham verificar a comoção de cinco minutos atrás. – Algo me diz que isso ainda nem é o começo.




OFF


É, eu demorei bastante pra postar isso aqui. Eu estava ocupado demais com um monte de coisa, mas eu comecei a aproveitar que o RagnaTales reviveu e eu tou colocando meu material lá pra poder colocar o material aqui também.

Também serve como prova de que não, eu não parei de escrever. E eu espero dessa vez ir adiante e inclusive terminar o projeto.

sexta-feira, 27 de abril de 2018

Equilátero: Capítulo 8: Renascimento

Equilátero: Redenção de Cal Rasen


Capítulo 8 - Renascimento


Café Delight, Izlude, 18:21.

O Café Delight era um ponto na área leste de Izlude onde as pessoas sempre costumavam passar. Para Zy, era um ponto onde ele podia vir com seus amigos e conversar sobre a vida. Foi para isso que ele havia chamado Johan ao local. Johan e Zy estavam sentados em uma das mesas de frente para a rua. Haviam passado as últimas horas ali, conversando sobre Cal e compartilhando um mínimo de experiência. Zy ficou sabendo por meio de Johan que Cal havia decidido ir enfrentar Omni Ferus sozinho, sabendo o risco que isso posava para sua vida.

- Johan, você não fica preocupado com o Cal? - Questionou Zy ao Mercenário louro de cabelos espetados.

- Cal é homem o bastante para tomar suas próprias decisões a essa altura do campeonato. - Disse Johan, calmamente, enquanto olhava para o entardecer chuvoso. - Estou mais preocupado com o que pode acontecer se Cal perder essa luta pro Ferus.

Zy se manteve quieto por alguns segundos, e então Johan prosseguiu. - A melhor ideia na qual posso pensar é colocar Seyren, Eremes, Sorin e Keyron para enfrentarem o Ferus. São os melhores em seus campos, saberão o que fazer com uma monstruosidade daquelas.

- ...E se o Cal vencer? - Zy tentou por um segundo acreditar que as chances de Cal eram iguais às de antes. Johan, porém, permaneceu inexpressivo. Só desviou seus olhos quando uma jovem de cabelos azuis e roupas exóticas apareceu correndo na direção deles. Johan reconheceu Elsa sem esforço.

- Aconteceu algo com a Irma? - Perguntou Johan para a "Alice", que parou na frente dele e de Zy.

- Irma... Ela disparou pra fora de casa, começou a correr desesperada pra fora de Izlude... - Elsa não fazia a menor ideia do que dizer a eles. Zy instantaneamente levou as duas mãos para sua testa. Johan, porém, se virou para outra direção, distraído.

- Fala sério, quando não é o Cal fazendo porcaria, é a Irma que-- Zy foi imediatamente interrompido por Johan.

- Isso é ruim. Muito ruim.

Zy se virou curioso para Johan. - ...O que é ruim? Diz logo, homem!

- A mana de Cal caiu vertiginosamente enquanto a de Ferus aumentou. Eu já esperava isso do Ferus... Mas o caso do Cal... Eu não estranharia se isso fosse ele à beira da morte. - O olhar de Johan ficou muito mais sério naquele momento. E então esse olhar parou na direção de Zy.

Foi o bastante para que Zy disparasse para fora da cafeteria. Johan seguiu o Templário, por instinto, correndo junto com ele. Elsa, cada vez mais confusa, se limitou a gritar na tentativa de que sua voz alcançasse os dois. - Espera! O que eu digo ao Kerd!? E se ele perguntar da Irma!?

- O Kerd vai saber logo! - Gritou Zy de volta, agora correndo com Johan na direção de onde a mana de Cal vinha... E esperando que essa mana não se esvaísse por completo.






O local em que Cal estava era totalmente alienígena a ele. Não havia nada lá. Não haviam pessoas. Não havia parede ou chão. Era só um imenso branco a seu redor.

Tudo o que Cal sabia naquele momento era onde estava antes de ir parar naquele lugar. Ele conseguia se lembrar de que havia um grande rombo em seu tórax, causado pela investida letal de seu oponente. No entanto, o espaço de tempo entre o momento em que ele caiu ao chão e o momento em que ele se viu naquele espaço estranho era algo que lhe escapava completamente à memoria.

- Então... Vai mesmo deixar tudo pelo qual lutou de mão beijada a esse animal? - A voz de Johan ecoou pelo lugar. Cal podia ouví-la, mas não podia ver a origem. Ou mesmo se mexer naquele momento. - Não foi por esse resultado que você desejou. Não é esse o seu destino. Porque está desistindo dessa vez, Cal?

Outra voz então tomou posse. Cal reconheceu novamente, mas dessa vez aparentava ser a de Zy. - Eu não entendo a sua lógica, Cal. Ou a forma como você age. Você sempre pensou e agiu por impulso. No que estava pensando quando você decidiu aceitar essa luta? Você pretendia voltar vivo dessa luta?

Outras vozes foram tomando forma ao redor de Cal, confuso. Ele estava aparentemente sendo torturado por essas vozes, criticando as decisões que ele havia tomado para essa batalha.

E então, uma outra voz, uma que ele não precisava nem pensar para reconhecer, interferiu.

- Eu pensei que você fosse me proteger.

Cal finalmente conseguiu se mexer. Se via de pé, diante da ilusão que tomava a forma da pessoa que ele mais se esforçou para proteger nos últimos dois anos. A forma de Irma Aloisius.

- Você espera mesmo que eu siga em frente sem você? Você espera que eu seja capaz de aceitar a sua morte, Cal? Me responda, pra que eu acompanhei você pelos últimos dois anos??

Os punhos de Cal fecharam. Seu olhar se afiou. Ele não sabia onde estava, mas pouco a pouco estava começando a juntar as peças. - Vocês todos são reflexos da minha consciência. Dos meus atos...

Ele hesitou por alguns segundos antes de prosseguir. - ...Dos meus erros.

- E você acredita que errou ao aceitar enfrentar seu inimigo?

A voz não vinha de Irma, ou de uma pessoa que ele conhecesse dessa vez. Cal identificou a fonte dessa voz; ele se virou para ver quem era.

Ele já a havia visto antes. Foi quando ele despertou em Regenschrim, quando seu clã havia vindo resgatá-lo. Era ela que havia tido contato com ele, trazendo-o de volta de um mundo de sonhos, para ser trazido à verdade horrível ao qual a Corporação Rekenber estava tentando submeter ele. Aquela Paladina estava finalmente diante dele, de uma forma que ele pudesse claramente reconhecer.

Cabelos louros, brilhantes, seu olhar trazia a ele a sensação de que ela esteve por mais vezes morta do que viva. Cal, porém, ainda não havia conseguido as respostas que queria. - Quem é você, afinal de contas? O que eu tenho de tão especial pra você?

- Você talvez tenha ouvido falar de mim. - Respondeu a Paladina. - Como membra do grupo responsável pela morte de seus pais.

Cal finalmente havia ligado ditas peças. Ele já ouviu falar dela. Por pouco ele não teve a chance de vê-la viva em 1008, durante o Dämmerung. Cal sabia perfeitamente quem era aquela pessoa, mas não queria pronunciar seu nome.

- O que me torna especial pra você a ponto de me receber na porta do Valhalla? - Perguntou Cal.

- Você não está no mundo dos mortos ainda, Cal. - Respondeu a Paladina. - Este é o Nexo, um lugar entre a vida e a morte. Pessoas não acessam esse lugar a menos que estejam prestes a morrer, e suas visitas são muito breves... A menos que alguém como eu possa prolongar.

Cal certamente se lembrava de ter sido recentemente empalado pela espada negra de Omni Ferus e estar praticamente morto. Como ele ainda não estava morto, porém, era algo além de sua própria concepção.

- Sua determinação me lembra a dele. Mas seu caminho está prestes a se tornar completamente oposto ao dele. - Disse a Paladina, de forma críptica.

- ...Ele? - Cal estava curioso.

- Belmont. - Ela respondeu. - Eu já o enfrentei pessoalmente. Ele também me mudou completamente.

- Jô Mungandr. De todas as pessoas, a ex-membra da Ruína veio me pegar na hora da minha morte. - Cal lembrava da história que Leafar contou a ele, sobre sua luta contra a Paladina em 1007. - Mas porquê eu? O que faz de mim uma pessoa interessante a você?

- Eu fui encarregada por uma pessoa de me certificar de que você se mantenha vivo. - Disse ela. - Agnus Rasen, mais especificamente.

Cal ficou paralisado ao ouvir o nome de seu pai. Tentou esboçar alguma reação, mas não conseguiu. O excesso de informação parecia ser demais para ele. - Isso... Mas como?

- Eu sou encarregada de proteger você do outro lado. O que significa que eu também estou encarregada de trazer você de volta de sua situação. - Respondeu a Paladina.

- ...Eu pensei que você tinha dito que eu estava, sabe, MORRENDO. - Respondeu Cal.

- Sua hora ainda não chegou, Cal. Você ainda precisa evoluir e encontrar seu destino. - Jô mantinha a mesma expressão séria, sem demonstrar nada além enquanto conversava com o impressionado Cal. - Se você passar pelo final desse confronto, tudo será mais difícil para você depois. Você poderia obviamente desistir... Mas já sabemos que você não está disposto a deixar algumas pessoas para trás.

- Irma. - Respondeu Cal.

- Freya. - Repeliu Jô, para a surpresa do Cavaleiro. Cal iria tentar responder, mas aquela resposta perfurou sua própria lógica. - O destino dela causará o seu. O que fará com isso, ninguém sabe. Para seu pai, o resultado final é a única coisa que importa. Ele certamente está interessado em saber que Cal Rasen sairá dos eventos que se seguirão.

- Isso não faz sentido. Eu mal a conheço direito. - Reagiu Cal, sério.

- E já a trata com a mesma importância que a Irma. - Respondeu Jô, ainda mantendo o tom calmo.

Os dois ficaram em silêncio por um momento. Cal estava confuso com tudo o que estava ouvindo, com a sensação de que várias coisas ruins estavam prestes a acontecer.

No entanto, isso o colocava de volta à situação em que ele estava. Seu corpo físico estava no chão, com um grande rombo em seu torso causado por uma enorme espada de cristal negro. E seu nêmesis estava pronto para aplicar o golpe final. Mesmo se algum milagre o levantasse dali, Cal não tinha condições de vencer Omni Ferus.

- Você não é mais o garotinho que planejava ser um herói. - Disse a Paladina. - Você é um homem lutando para descobrir seu destino. E sua presente luta pode ser vencida. Por um preço.

- De que preço estamos falando? - Cal indagou à Paladina.

- Nada que você já não pretendesse fazer. O que eu vou fazer vai apenas acelerar o processo todo. - E assim que a Paladina estendeu sua mão, a aura verde de Cal começou a fluir para fora de seu corpo.

Cal estava por alguma razão completamente ciente do que estava acontecendo. - ...Você vai me reviver?

- Não. Você vai transcender. - Respondeu Jô, conforme a mana de Cal explodia para fora de seu corpo e ele sentia sua consciência sendo puxada de volta ao mundo real. - Seu pai confia em você, Cal. Você pode criar seu próprio futuro. Por um tempo vai se esquecer disso... Mas eu sei que você vai encontrar o caminho de volta.

- Toda essa fé numa pessoa que você mal conhece. - Disse Cal enquanto ainda podia ouvir sua própria voz em meio à explosão de sons e luzes.

- Assim como a sua em Freya.

Foi a última coisa que Cal ouviu antes de finalmente deixar o Nexo e sentir a vida voltar completamente a seu corpo.


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- E agora, o momento MAIS ESPERADO da história! O SEU FIM!

O Construto ergueu sua espada, visando decapitar seu oponente com apenas um golpe. Para o Cavaleiro, só lhe restava a morte.

Ou então, muito mais do que isso.

Os olhos de Cal abriram para a surpresa de Ferus, e uma luz vinda do céu acertou violentamente seu corpo.

- O quê!? - A expressão de descrença no rosto de Omni Ferus enquanto luz verde engolia tudo ao seu redor dizia tudo.

E assim que o enorme salão foi engolido pela luz, foi a vez de toda a cidade de Osthreinsburg ser tomada pelo sol verde que se formou no local, substituindo o céu da noite e ameaçando engolir o rio ao norte e o Monte Mjölnir ao leste.



OFF


Okay, já era hora de botar atividade nesse blog.