Equilátero: Redenção de Cal Rasen
Capítulo
6: Cavaleiros do Relâmpago
Osthreinsburg,
Capela do castelo, 4:30 da tarde.
Caledonius
Rasen finalmente adentrava a capela da cidade amaldiçoada. Era
aquele o ponto de encontro que Ferus havia designado para seu grande
confronto. Um castelo em uma cidade arruinada na costa norte de
Rune-Midgard, de onde dava para ver a vila de Einbech e a cidade
poluída de Einbroch, e na distância, a cidade flutuante de Juno no
Planalto de El Mes.
No seu
caminho, a vida do cavaleiro passou como um filme. O momento em que
encontrou com Hanna Hendstron e Alexander Eisenheim II pela primeira
vez, resultando em sua aliança com a Organização VII. Seu primeiro
confronto com Hrymm, que resultou no surgimento da Ordem do Trovão.
Seu tempo na mente de Ferus, durante o período em que esteve
prisioneiro como experimento em Lighthalzen, culminando em seu
retorno para o primeiro confronto com seu clone.
Então se
lembrou de sua caça a Omni Ferus, e logo depois, o retorno do Satã
Morroc. Sua memória bateu na sua discussão com Leafar, passou pela
batalha de Morroc e então os nove meses onde viajou pelo mundo, até
seu confronto com Dimitri, onde liberou Agnea, a técnica que
consumiu a mana de seu corpo até que este mal pudesse sustentar sua
própria vida. Lembrou-se de seus diversos confrontos desde que saiu
do coma, até o ponto em que finalmente havia chegado. Lembrou de
todos os amigos que dez e perdeu como líder da Ordem do Trovão,
como viajante, como membro da Chama Prateada.
Quando
deu por si, já estava na maior sala do castelo em ruínas. Um imenso
salão com pilares ao redor, desprovido de teto. A luz do sol, já
enfraquecendo pelo passar da tarde, era a única coisa a iluminar o
local. Através de uma parede quebrada, era possível ver as ruínas
de um castelo que, dez anos atrás, era perfeitamente habitável. Cal
então viu diante dele uma pessoa flutuando em cima de um disco de
metal. Este ser saltou do transporte, dando um mortal no ar e
pousando no chão. Sua pele era negra como carvão e seus cabelos
brancos davam a impressão de emitir luz. Ele então se virou,
revelando os sanguinários olhos vermelhos.
Estava,
finalmente, diante de seu nêmesis para o confronto final.
- Você
finalmente apareceu. - Disse Omni Ferus a seu inimigo.
Os dois
trocaram olhares por um período de tempo. Cal não podia deixar de
reparar na cena que estava presenciando.
-
Então... Vai me contar quando o seu advogado te entrega o processo
mandado por Vergil Hawkins por copiar o transporte dele? - Perguntou
Cal, sarcasticamente.
- Você
não cansa mesmo dessa piada toda. Mesmo estando prestes a morrer. -
Reagiu Ferus.
- Isso ou
eu ainda estou tendo problemas pra processar a lógica desse
encontro, bem como dessa demolição toda só por uma noite de sexo.
- Cal mantinha o desdém, mesmo ciente do perigo que corria.
Cal
reparou na forma como o olhar de Ferus afiou diante do discurso. E
prosseguiu, agora em um tom sério. - Você não fez esse espetáculo
todo só pra ter um lugar onde enfiar seu pau. Qual é a porcaria da
sua fixação em mim, afinal de contas?
- Você é
interessante, Cal. - Respondeu Ferus. - De todas as pessoas que eu
conheci, você é a única que realmente se atreveu a me conceder...
atenção. Não sei se é por sermos quase o mesmo material. Ou se é
por alguma coisa mais.
- Não
somos o mesmo material. - Retrucou Cal. - Eu definitivamente não me
pareço com você em nada.
-
Continue negando, Cal, é assim que nós nos aproximamos. - Ferus
então deu um sorriso maligno. - É tão engraçado. Você
simplesmente teve tudo o que quis. Um clã, amigos, O SANGUE DO
MEMBRO DA RUÍNA QUE MATOU NOSSOS PAIS!
- ELES
NÃO SÃO SEUS PAIS! - A mana de Cal finalmente acendeu ao ouvir
aquela frase de Ferus. - E Hatii II teve o que merecia ao ser selado
como um Legionário!
- Então
porque NADA DISSO tem relevância pra você nesse momento? - Reagiu
Ferus. - É o mesmo efeito que eu sinto quando eu destruo um edifício
com pessoas dentro, EU NÃO SINTO NADA!
Agora a
troca de olhar entre os dois era feroz. Cal finalmente havia mudado
seu humor, e o confronto entre os dois não era mais uma
possibilidade, era agora um fato confirmado.
- Nós
somos iguais. - Disse Ferus, mantendo o olhar fixo em Cal. - Animais
insaciáveis buscando por algo que consiga preencher o vácuo de
nossas almas. O vazio dos seus pais. O vazio de Leafar Belmont.
Cal não
reagiu enquanto Ferus continuava o discurso. - ...O vazio de Hanna
Hendstron.
- Não
sobrou nada do velho eu em você, Ferus. - Cal disse num tom que
soava como se ele já estivesse pronto para matar seu inimigo.
- Existe
uma única coisa, Cal. VOCÊ EXISTE, E ISSO SÓ VAI MUDAR QUANDO EU
MATÁ-LO!
Uma
energia branca começou a fluir do corpo de Ferus, emanando uma
eletricidade da mesma cor muito maior que antes. Cal podia sentir a
diferença entre aquela força e a usada nos confrontos anteriores,
tanto a caminho da Fenda Dimensional em Dezembro passado quanto na
mesma cidade de Osthreinburg meses antes daquele confronto. Ainda
assim, ele não se intimidou.
- Eu
sabia que chegariamos na parte do filme em que o vilão diz que “só
deve haver um”. - Cal finalmente sacou a espada de cristal enquanto
Ferus sacava uma espada semelhante, mas feita de um cristal que
lembrava ônix. - Eu estou pronto, Ferus, pro que você tiver pra me
mostrar!
E
finalmente haviam começado a se enfrentar com tudo o que tinham. O
cavaleiro iniciava sua Super Lâmina Trovão como o primeiro
movimento, avançando contra seu inimigo enquanto acumulava energia e
então liberando uma descarga que acendeu a espada de Cristal de
Bradium conforme eletricidade emanava da mesma. Ferus, porém, estava
se defendendo com o Escudo Refletor, causando danos a Cal no momento
em que este acertava seu ataque.
Por conta
de possuir o DNA do MVP Doppelganger em seu corpo, Ferus tinha, além
dos mesmos dons concedidos ao sangue dos Rasen, a capacidade de
imitar qualquer técnica de qualquer classe que conhecesse. Isso,
porém, não assustou o Cavaleiro, que tornou a atacar.
Ferus
dava risadas conforme defendia os ataques. - E então, o Escolhido de
Thor chega a seu fim.
- Você
parece extremamente certo de si pra alguém que ainda não está
fazendo merda nenhuma. - Reagiu Cal. Os dois trocavam golpes
elétricos conforme o combate prosseguia. Mas o cavaleiro já notava
a energia crescendo ainda mais e tomou sua iniciativa.
- IRA DE
THOR! - Cal colocou sua mão no peito do adversário e disparou seu
golpe, causando uma grande descarga elétrica no inimigo. Ferus
estava sentindo o ataque, sendo arremessado alguns metros para longe
dele, mas ainda conseguiu disparar uma Nevasca contra Cal, que
acabaria por sentir o ataque, ficando encasulado em um bloco de gelo.
O ser negro conseguiu ganhar distância do Cavaleiro, para então
caminhar na direção dele, ainda congelado.
- Eu
sempre levo a vantagem inicial. E sabe do que mais, Cal? Eu estou
esperando você me mostrar qualquer nova carta que você possua na
sua manga. – Se aproximou do rosto de Cal. - Os limites que você
precisa ultrapassar pra conseguir me matar, são limites que seu
corpo JAMAIS vai conhecer. Aceite, Cal. Acabou.
Os olhos
de Cal abriram naquele momento, quando ele liberou sua descarga
elétrica.
-
EXPLOSÃO DO TROVÃO! - O enclaustro de gelo foi explodido conforme
Ferus era arremessado pelo ataque surpresa do rival, que avançou com
todo o poder que tinha. Ferus, mesmo surpreendido pelo ataque do
Cavaleiro, sacou sua espada e avançou.
Cal podia
perceber a energia emanando daquela arma aparentemente composta de
Bradium negro. Uma luz negra emanava da espada, assim como do corpo
de seu dono. Mas agora, para essa parte do confronto, a aura verde de
Cal também emanava com força total. Os dois começaram novamente a
trocar golpes.
Primeiro
o cavaleiro tentou um Impacto de Tyr, prontamente esquivado por
Ferus, que disparou uma Mammonita. Cal defendeu o poderoso golpe com
a espada e em seguida disparou a Lâmina Trovão, a qual o outro
defendeu, disparando a mesma técnica.
Faíscas
voaram de todo lado conforme as espadas elétricas se chocavam. O
original e o clone se afastaram, pegaram ar, começaram a correr
novamente um na direção do outro, por fim saltando e trocando
espadadas em pleno ar. Para aqueles dois, aquilo não era mais uma
luta. Era um duelo. Um duelo para decidir quem iria determinar o
destino de Midgard, fosse ele bom ou ruim. Era quase como se os dois
estivessem lutando para decidir quem levaria Midgard inteira como
prêmio.
Um
sorriso maligno se espalhava pelo rosto de Ferus conforme o combate
continuava. - "Calma, Cal. Você ainda não viu nem metade do
meu verdadeiro PODER!!!"
Siegfried
olhava calmamente para o céu enquanto passava pelo Monte Mjolnir. O
Sol, que já havia desaparecido no horizonte ao oeste, dava lugar aos
tons negros ao céu. E naquela direção, ele podia ver o Castelo de
Osthreinsburg. Um castelo que, para ele, continha memórias que
queriam ser apagadas de sua mente.
Mas ainda
assim, ele quis continuar olhando. Era ali que Cal Rasen estava
decidindo seu destino contra Omni Ferus. Siegfried então se sentou
num tronco próximo de onde estava e ficou ali, olhando naquela
direção.
Foi
quando Hilde se aproximou, nervosa.
- Sieg,
isso não está certo! Do jeito que aquele ser se exibiu em Alberta,
é muito óbvio que Cal Rasen irá morrer!! - Exclamou ela.
- Ele não
irá morrer. Confie em mim. - Disse Siegfried, absorto naquela vista
do castelo em ruínas beirando o rio.
- ...Como
pode ter tanta certeza? O que o faz pensar que ele pode sobreviver a
um oponente tão poderoso?
O homem
então se levantou e foi em direção à Hilde, olhando-a no fundo
dos olhos com toda a sua sinceridade. - Eu acredito que ele não vai
morrer... Porque eu mesmo não morri.
Ele então
se tornou a sentar e simplesmente olhar as ruínas. Hilde podia não
perceber, mas na verdade Siegfried estava sentido as manas de Cal e
Ferus colidindo com tudo o que podiam, furiosamente, conforme a noite
apenas começava...
OFF
Pronto, coloquei o sexto capítulo de Equilátero no ar. Já estava pronto; eu apenas estava esperando completar o capítulo de Escaleno para botar no ar.
Dei uma melhoria pesada nos diálogos entre Cal e Ferus, mas deixei o clima do combate praticamente intacto. Mas acho que deu um bom caldo.
Bem, com isso, vou ver o que faço com o segundo capítulo de Viridis, e então eu retomo pra Escaleno, e então coloco o sétimo de Equilátero no ar.
Aliás, o sétimo vai demandar trabalho também, já que eu vou ter que criar uma nova cena do zero no começo do capítulo.
Acontece.
OFF
Pronto, coloquei o sexto capítulo de Equilátero no ar. Já estava pronto; eu apenas estava esperando completar o capítulo de Escaleno para botar no ar.
Dei uma melhoria pesada nos diálogos entre Cal e Ferus, mas deixei o clima do combate praticamente intacto. Mas acho que deu um bom caldo.
Bem, com isso, vou ver o que faço com o segundo capítulo de Viridis, e então eu retomo pra Escaleno, e então coloco o sétimo de Equilátero no ar.
Aliás, o sétimo vai demandar trabalho também, já que eu vou ter que criar uma nova cena do zero no começo do capítulo.
Acontece.