sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Equilátero: Capítulo 6: Cavaleiros do Relâmpago

Equilátero: Redenção de Cal Rasen


Capítulo 6: Cavaleiros do Relâmpago

Osthreinsburg, Capela do castelo, 4:30 da tarde.

Caledonius Rasen finalmente adentrava a capela da cidade amaldiçoada. Era aquele o ponto de encontro que Ferus havia designado para seu grande confronto. Um castelo em uma cidade arruinada na costa norte de Rune-Midgard, de onde dava para ver a vila de Einbech e a cidade poluída de Einbroch, e na distância, a cidade flutuante de Juno no Planalto de El Mes.

No seu caminho, a vida do cavaleiro passou como um filme. O momento em que encontrou com Hanna Hendstron e Alexander Eisenheim II pela primeira vez, resultando em sua aliança com a Organização VII. Seu primeiro confronto com Hrymm, que resultou no surgimento da Ordem do Trovão. Seu tempo na mente de Ferus, durante o período em que esteve prisioneiro como experimento em Lighthalzen, culminando em seu retorno para o primeiro confronto com seu clone.

Então se lembrou de sua caça a Omni Ferus, e logo depois, o retorno do Satã Morroc. Sua memória bateu na sua discussão com Leafar, passou pela batalha de Morroc e então os nove meses onde viajou pelo mundo, até seu confronto com Dimitri, onde liberou Agnea, a técnica que consumiu a mana de seu corpo até que este mal pudesse sustentar sua própria vida. Lembrou-se de seus diversos confrontos desde que saiu do coma, até o ponto em que finalmente havia chegado. Lembrou de todos os amigos que dez e perdeu como líder da Ordem do Trovão, como viajante, como membro da Chama Prateada.

Quando deu por si, já estava na maior sala do castelo em ruínas. Um imenso salão com pilares ao redor, desprovido de teto. A luz do sol, já enfraquecendo pelo passar da tarde, era a única coisa a iluminar o local. Através de uma parede quebrada, era possível ver as ruínas de um castelo que, dez anos atrás, era perfeitamente habitável. Cal então viu diante dele uma pessoa flutuando em cima de um disco de metal. Este ser saltou do transporte, dando um mortal no ar e pousando no chão. Sua pele era negra como carvão e seus cabelos brancos davam a impressão de emitir luz. Ele então se virou, revelando os sanguinários olhos vermelhos.

Estava, finalmente, diante de seu nêmesis para o confronto final.

- Você finalmente apareceu. - Disse Omni Ferus a seu inimigo.

Os dois trocaram olhares por um período de tempo. Cal não podia deixar de reparar na cena que estava presenciando.

- Então... Vai me contar quando o seu advogado te entrega o processo mandado por Vergil Hawkins por copiar o transporte dele? - Perguntou Cal, sarcasticamente.

- Você não cansa mesmo dessa piada toda. Mesmo estando prestes a morrer. - Reagiu Ferus.

- Isso ou eu ainda estou tendo problemas pra processar a lógica desse encontro, bem como dessa demolição toda só por uma noite de sexo. - Cal mantinha o desdém, mesmo ciente do perigo que corria.

Cal reparou na forma como o olhar de Ferus afiou diante do discurso. E prosseguiu, agora em um tom sério. - Você não fez esse espetáculo todo só pra ter um lugar onde enfiar seu pau. Qual é a porcaria da sua fixação em mim, afinal de contas?

- Você é interessante, Cal. - Respondeu Ferus. - De todas as pessoas que eu conheci, você é a única que realmente se atreveu a me conceder... atenção. Não sei se é por sermos quase o mesmo material. Ou se é por alguma coisa mais.

- Não somos o mesmo material. - Retrucou Cal. - Eu definitivamente não me pareço com você em nada.

- Continue negando, Cal, é assim que nós nos aproximamos. - Ferus então deu um sorriso maligno. - É tão engraçado. Você simplesmente teve tudo o que quis. Um clã, amigos, O SANGUE DO MEMBRO DA RUÍNA QUE MATOU NOSSOS PAIS!

- ELES NÃO SÃO SEUS PAIS! - A mana de Cal finalmente acendeu ao ouvir aquela frase de Ferus. - E Hatii II teve o que merecia ao ser selado como um Legionário!

- Então porque NADA DISSO tem relevância pra você nesse momento? - Reagiu Ferus. - É o mesmo efeito que eu sinto quando eu destruo um edifício com pessoas dentro, EU NÃO SINTO NADA!

Agora a troca de olhar entre os dois era feroz. Cal finalmente havia mudado seu humor, e o confronto entre os dois não era mais uma possibilidade, era agora um fato confirmado.

- Nós somos iguais. - Disse Ferus, mantendo o olhar fixo em Cal. - Animais insaciáveis buscando por algo que consiga preencher o vácuo de nossas almas. O vazio dos seus pais. O vazio de Leafar Belmont.

Cal não reagiu enquanto Ferus continuava o discurso. - ...O vazio de Hanna Hendstron.

- Não sobrou nada do velho eu em você, Ferus. - Cal disse num tom que soava como se ele já estivesse pronto para matar seu inimigo.

- Existe uma única coisa, Cal. VOCÊ EXISTE, E ISSO SÓ VAI MUDAR QUANDO EU MATÁ-LO!

Uma energia branca começou a fluir do corpo de Ferus, emanando uma eletricidade da mesma cor muito maior que antes. Cal podia sentir a diferença entre aquela força e a usada nos confrontos anteriores, tanto a caminho da Fenda Dimensional em Dezembro passado quanto na mesma cidade de Osthreinburg meses antes daquele confronto. Ainda assim, ele não se intimidou.

- Eu sabia que chegariamos na parte do filme em que o vilão diz que “só deve haver um”. - Cal finalmente sacou a espada de cristal enquanto Ferus sacava uma espada semelhante, mas feita de um cristal que lembrava ônix. - Eu estou pronto, Ferus, pro que você tiver pra me mostrar!

E finalmente haviam começado a se enfrentar com tudo o que tinham. O cavaleiro iniciava sua Super Lâmina Trovão como o primeiro movimento, avançando contra seu inimigo enquanto acumulava energia e então liberando uma descarga que acendeu a espada de Cristal de Bradium conforme eletricidade emanava da mesma. Ferus, porém, estava se defendendo com o Escudo Refletor, causando danos a Cal no momento em que este acertava seu ataque.

Por conta de possuir o DNA do MVP Doppelganger em seu corpo, Ferus tinha, além dos mesmos dons concedidos ao sangue dos Rasen, a capacidade de imitar qualquer técnica de qualquer classe que conhecesse. Isso, porém, não assustou o Cavaleiro, que tornou a atacar.

Ferus dava risadas conforme defendia os ataques. - E então, o Escolhido de Thor chega a seu fim.

- Você parece extremamente certo de si pra alguém que ainda não está fazendo merda nenhuma. - Reagiu Cal. Os dois trocavam golpes elétricos conforme o combate prosseguia. Mas o cavaleiro já notava a energia crescendo ainda mais e tomou sua iniciativa.

- IRA DE THOR! - Cal colocou sua mão no peito do adversário e disparou seu golpe, causando uma grande descarga elétrica no inimigo. Ferus estava sentindo o ataque, sendo arremessado alguns metros para longe dele, mas ainda conseguiu disparar uma Nevasca contra Cal, que acabaria por sentir o ataque, ficando encasulado em um bloco de gelo. O ser negro conseguiu ganhar distância do Cavaleiro, para então caminhar na direção dele, ainda congelado.

- Eu sempre levo a vantagem inicial. E sabe do que mais, Cal? Eu estou esperando você me mostrar qualquer nova carta que você possua na sua manga. – Se aproximou do rosto de Cal. - Os limites que você precisa ultrapassar pra conseguir me matar, são limites que seu corpo JAMAIS vai conhecer. Aceite, Cal. Acabou.

Os olhos de Cal abriram naquele momento, quando ele liberou sua descarga elétrica.

- EXPLOSÃO DO TROVÃO! - O enclaustro de gelo foi explodido conforme Ferus era arremessado pelo ataque surpresa do rival, que avançou com todo o poder que tinha. Ferus, mesmo surpreendido pelo ataque do Cavaleiro, sacou sua espada e avançou.

Cal podia perceber a energia emanando daquela arma aparentemente composta de Bradium negro. Uma luz negra emanava da espada, assim como do corpo de seu dono. Mas agora, para essa parte do confronto, a aura verde de Cal também emanava com força total. Os dois começaram novamente a trocar golpes.

Primeiro o cavaleiro tentou um Impacto de Tyr, prontamente esquivado por Ferus, que disparou uma Mammonita. Cal defendeu o poderoso golpe com a espada e em seguida disparou a Lâmina Trovão, a qual o outro defendeu, disparando a mesma técnica.

Faíscas voaram de todo lado conforme as espadas elétricas se chocavam. O original e o clone se afastaram, pegaram ar, começaram a correr novamente um na direção do outro, por fim saltando e trocando espadadas em pleno ar. Para aqueles dois, aquilo não era mais uma luta. Era um duelo. Um duelo para decidir quem iria determinar o destino de Midgard, fosse ele bom ou ruim. Era quase como se os dois estivessem lutando para decidir quem levaria Midgard inteira como prêmio.

Um sorriso maligno se espalhava pelo rosto de Ferus conforme o combate continuava. - "Calma, Cal. Você ainda não viu nem metade do meu verdadeiro PODER!!!"






Siegfried olhava calmamente para o céu enquanto passava pelo Monte Mjolnir. O Sol, que já havia desaparecido no horizonte ao oeste, dava lugar aos tons negros ao céu. E naquela direção, ele podia ver o Castelo de Osthreinsburg. Um castelo que, para ele, continha memórias que queriam ser apagadas de sua mente.

Mas ainda assim, ele quis continuar olhando. Era ali que Cal Rasen estava decidindo seu destino contra Omni Ferus. Siegfried então se sentou num tronco próximo de onde estava e ficou ali, olhando naquela direção.

Foi quando Hilde se aproximou, nervosa.

- Sieg, isso não está certo! Do jeito que aquele ser se exibiu em Alberta, é muito óbvio que Cal Rasen irá morrer!! - Exclamou ela.

- Ele não irá morrer. Confie em mim. - Disse Siegfried, absorto naquela vista do castelo em ruínas beirando o rio.

- ...Como pode ter tanta certeza? O que o faz pensar que ele pode sobreviver a um oponente tão poderoso?

O homem então se levantou e foi em direção à Hilde, olhando-a no fundo dos olhos com toda a sua sinceridade. - Eu acredito que ele não vai morrer... Porque eu mesmo não morri.

Ele então se tornou a sentar e simplesmente olhar as ruínas. Hilde podia não perceber, mas na verdade Siegfried estava sentido as manas de Cal e Ferus colidindo com tudo o que podiam, furiosamente, conforme a noite apenas começava...

OFF




Pronto, coloquei o sexto capítulo de Equilátero no ar. Já estava pronto; eu apenas estava esperando completar o capítulo de Escaleno para botar no ar.

Dei uma melhoria pesada nos diálogos entre Cal e Ferus, mas deixei o clima do combate praticamente intacto. Mas acho que deu um bom caldo.

Bem, com isso, vou ver o que faço com o segundo capítulo de Viridis, e então eu retomo pra Escaleno, e então coloco o sétimo de Equilátero no ar.

Aliás, o sétimo vai demandar trabalho também, já que eu vou ter que criar uma nova cena do zero no começo do capítulo.

Acontece.