terça-feira, 7 de março de 2017

Jornada de Cal Rasen - Prólogo

Prólogo – Após Sograt


18 de Março de 1009.

Uma semana havia se passado após o evento que ficaria conhecido como a Batalha de Sograt.

A sequência de eventos foi muito rápida para todo mundo. Em um mês, a rápida sucessão de eventos pegou Rune-Midgard, bem como o resto do mundo, de surpresa. Leafar Belmont, o herói que havia detido Surtr na Ruína e Hrymm em outras duas ocasiões, havia morrido dias depois do lendário Jotun sair do selo e nivelar a cidade de Morroc. A Ordem do Dragão ficou desorientada como resultado do evento, e a Ordem do Trovão teve que correr contra o relógio para encontrar formas de deter o monstro, enquanto Rune-Midgard começava a formar uma aliança com Schwarzvald e Arunafeltz para fazer alguma coisa a respeito de tal ameaça.

Isso culminou numa violenta batalha envolvendo doze mil pessoas de inúmeros clãs contra o próprio Jotun em pessoa. Das quais só cinco mil sobreviveram. Ainda assim, obtiveram resultado: Morroc foi seriamente ferido, especialmente devido a não estar em condição de liberar toda sua força. O Jotun foi forçado a recuar, usando quase toda a sua força para criar um gigantesco buraco similar às bocas de vermes gigantes espalhadas por Sograt, com dentes formados por pedras e, em seu centro, uma enorme orbe de energia cujas leituras de mana estavam fora de toda e qualquer compreensão humana.

E apesar de tudo isso, Cal Rasen ainda preferia estar andando pelo mundo a liderar seu clã, a Ordem do Trovão. Era isso o que ele estava fazendo nos últimos meses, antes de tudo explodir na cara dele com o ressurgimento do Demônio de Morroc. Isso não agradava a muitos membros no clã, especialmente Thelastris, que não gostava de ser incumbida de liderar um clã. Certamente também não agradava Johan, que olhava sério enquanto Cal preparava uma mochila com seus pertences.

– ...Você vai viajar por aí de novo? – Questionou o Mercenário louro de olhos azuis e um corte espetado.

– E qual é o problema com isso? – Respondeu o Cavaleiro, também louro, de olhos castanhos.

– Não sei, talvez o fato de que você tem um clã pra liderar? – Johan manteve sua resposta seca e precisa. – Você não tem motivo pra sair andando por aí, ou tem?

– Eu tenho alguns assuntos a terminar, especialmente com o Ferus. – Respondeu Cal, sem tirar os olhos de sua mochila.

– Sua lista de assuntos vai acabar te custando caro, Cal.

A nova voz vinha da garota alta, de pele e cabelos longos escuros e olhos castanhos que estava entrando no quarto de Cal. E ela não parecia de bom humor. – Eu vim avisar que estou saindo de férias.

– Deixa eu adivinhar, Thelastris. – Reagiu Johan. – Sem paciência pros moleques que vieram tentar ser como o clã que colaborou pra derrubar o Demônio de Morroc? Não é como se eu quisesse a fama também… E os novatos idiotas que isso tem trazido.

– Quanta consideração de vocês dois. – Respondeu Cal. – Mas eu preciso de alguém que cuide do clã se eu não estiver disponível.

– Eu preciso de descanso, não de um trabalho que era pra você fazer. – Respondeu Thelastris. – Sem mencionar que você não é o único com assuntos pendentes.

Isso levou a Mercenária a virar seus olhos para Johan. – Bem, agora você não tem mais veneno letal correndo no seu sangue, espetado. Já decidiu o que vai fazer com sua vida?

– Já fui encarregado pelo Kidd de manter o olho em Detto e seus amiguinhos. Detto parece estar ganhando a confiança do pessoal daqui. Uma hora ele vai tentar tirar vocês dois da cadeia de comando. Alguém tem que estar aqui pra impedir isso. – Johan foi bem direto quanto à resposta. – E eu já sei que ele é quem vai cuidar dos assuntos do Cal enquanto ele e você estiverem fora. Eu já conheço muito bem a cadeia de comando da Ordem do Trovão.

Houve um silêncio estranho entre os três. De fato, Cal, apesar de seus confrontos anteriores com Detto, havia confiado a ele um pouco de controle sobre o povo caso tanto ele quanto Thelastris estivessem fora de alcance. Mas Detto, acima de tudo, não era confiável. Nem aos olhos de Johan e nem da Thelastris. Para a Mercenária, porém, era como se ela já estivesse prevendo que as ações de Cal acabariam custando caro.

– Eu manterei contato com o pessoal. – Thelastris foi a primeira a quebrar o silêncio. – E eu espero que o senhor, Cal, faça o mesmo.

– Farei meu melhor. – Disse o Cavaleiro, conforme fechava sua mochila, já pronta. Thelastris não respondeu, apenas deixando a sala. Cal estava se preparando pra deixar suas despedidas para o pessoal do clã, mas Johan o deteve de sair da sala. O ex-Escorpião Vermelho mantinha o olhar sério.

– Esse clã é a coisa mais próxima de uma família que eu consegui desde que encontrei o Gustave, Cal. Eu sugiro que não destrua tudo com o que quer que a sua busca seja. – Disse ele, num tom sério.

– O que de ruim poderia acontecer, Johan? – Respondeu Cal, sem muito a dizer. Johan, porém, sabia que uma pergunta como essa era apenas uma inspiração pra que o destino fizesse seu trabalho.

Johan então abriu o caminho para Cal, deixando-o passar pela porta.

Os caminhos de Cal, Johan e Thelastris agora pareciam estar se separando, mesmo que apenas temporariamente. Cada um tinha um propósito próprio. Cal estava apenas seguindo seu coração, sem talvez pensar que isso pudesse estar afetando suas responsabilidades. Thelastris estava tentando fugir de responsabilidades que ela não estava considerando como sendo dela. Johan, porém, estava temendo que as atitudes dos dois poderia acabar trazendo consequências para o clã que Cal ergueu.


Que destino isso eventualmente traria para a Ordem do Trovão? O que estaria escrito no futuro de Cal e das pessoas conectadas a ele?



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O que você está vendo aqui sou eu começando a reescrever os eventos da Jornada de Cal Rasen, uma fanfic... Interminada que eu comecei na época da Ordem do Trovão.

A ideia de recontar completamente os eventos da Jornada surgiu quando meu amigo Fellipe Fortes mencionou sobre "quando eu reescrever a Jornada". Eu já estava me inspirando a voltar a escrever, então eu aproveitei a chance pra recomeçar a contar a história.

Muitos elementos da fic original vão ser severamente alterados, mudando o tom de vários momentos da história. Quero tornar a relação entre Cal e Irma mais orgânica, inicialmente com um Cal lidando com uma situação nova, mas eventualmente se apegando à garota e decidindo protegê-la a todo custo. Também quero ligar vários pontos antigos, e mexer a personalidade e background de alguns personagens, especialmente de dois membros do grupo do Cal.

Também quero colocar momentos extras na história, informações adicionais que complementam conteúdo que se passa ao futuro dessa história, depois do fim da Ordem do Trovão.

Espero dessa vez terminar o meu trabalho, inclusive, pra ser honesto.